Olá forma de vida baseada em carbono.
Quero que você reflita um pouco sobre a história da computação. Repare que cada linguagem de programação é a priori projetada para suprir uma necessidade específica. Até os anos 80, a computação científica era basicamente composta da execução de argoritmos específicos sob arquivos em lote ou simulações, enquanto que a computação comercial se resumia a programas de cadastros em bancos de dados e emissão de relatórios. Somente a partir daí os sistemas operacionais evoluiram o suficiente para se haver o interesse de se criar sistemas mais complexos.
Foi então na década de 90 em que as linguagens orientadas a objetos se popularizaram graças ao início da computação pessoal, ao florescimento das interfaces gráficas e da ethernet. Coisas que já existiam antes mas até então não eram prioridade. Juntas, estas forças motrizes impulsionaram o surgimento de linguagens cada vez mais generalistas para darem conta da complexidade dos sistemas que estavam surgindo, que agora deveriam lidar com eventos, requisições, estados, dados, renderização, tudo isto ao mesmo tempo. Concretizava-se então o conceito de hyperlink, idealizado por Ted Nelson em 1964 quando tentava construir seu Projeto Xanadu.
Mas eventualmente os estilos arquiteturais foram convergindo em um darwinismo de paradigmas, enquanto que as linguagens têm o hábito de "roubarem" características umas das outras. De forma tal que talvez seja possível abstrair varios pontos chave dos sistemas atuais em linguagens declarativas: Tal como cadastro (input), validação, query (output), template (apresentação), gestão de estado (processamento), estado volátil e confirmado (cache e persistência), trigger (notificação ou requisição), e etc. Acredito que eliminar o excesso de código que apenas existem para gerir o fluxo de dados, e focar nossos esforços nos aspectos algoritmicos e modulares da construção de software, seja crucial para a sustentabilidade dos sistemas complexos, e para a viabilidade dos muito complexos.